Saía de um camburão,
o homem com cabelo sujo,
quase em combustão.
Angelo estava na prisão
daquele delito delinquente
cometido no disfarçar do romance.
A chuva começou seis da tarde
e foi enchente até a encosta,
mas no delicado ser do encontro,
o brilho singelo do orvalho
era o que lhe aparecia no entanto.
Frente aos lábios túrgidos
aquela criança, perdida,
encostada na encosta
do muro dos desejos.
Ele, que olhava tão poeticamente
o cata-vento rodando,
agora encostava em seu cabelo,
de fios finos e soltos,
ao pulsar da vida.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
domingo, 13 de janeiro de 2013
camisa de força
Quando nossos olhares se encontraram,
e o calor percorreu a espinha,
na paura insensata
daquele nó que não desata.
Quando palavras cruas e duras
me abriram os olhos da candura,
e disse inaudível:
que riscos tinham
os rabiscos dessa vida.
Em silêncio vibrei de medo,
de anfetamina,
da adrenalina que era
essa mina de ressentimento.
Olhei para os lados
mas éramos dois sóis,
sozinhos,
brilhando no escuro.
e o calor percorreu a espinha,
na paura insensata
daquele nó que não desata.
Quando palavras cruas e duras
me abriram os olhos da candura,
e disse inaudível:
que riscos tinham
os rabiscos dessa vida.
Em silêncio vibrei de medo,
de anfetamina,
da adrenalina que era
essa mina de ressentimento.
Olhei para os lados
mas éramos dois sóis,
sozinhos,
brilhando no escuro.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
arco-iris
Prometo poesia até o fim do dia,
disse ao patrão convicta.
Até o fim do dia, poesia.
Ateve-se ao que sentia,
e descabia a certeza,
mas embora triste, seguia.
O lindo balão lilás, começou,
que no céu pendia, preso,
perdurando o anseio.
Arrependeu-se do dia
em que flácida era a morbidez
do que dizia,
no céu de tanta poesia.
Cabia pânico, doçura e apreço.
Cabia mala, cortina ao avesso.
Cabia os pés nas mãos e tropeço.
Cabia de tudo um pouco e mais um terço.
Virou-se tonta e torta,
apagou a vela quase morta
e mesmo em veia torpe,
segurou sua mão em prece:
Glorioso dia que poesia,
dia que tudo cabia.
O dia em que sentia
o nada que tudo cabia.
O dia e a poesia.
oh dia que sentia,
oh dia que pendia,
no dia que se ia.
disse ao patrão convicta.
Até o fim do dia, poesia.
Ateve-se ao que sentia,
e descabia a certeza,
mas embora triste, seguia.
O lindo balão lilás, começou,
que no céu pendia, preso,
perdurando o anseio.
Arrependeu-se do dia
em que flácida era a morbidez
do que dizia,
no céu de tanta poesia.
Cabia pânico, doçura e apreço.
Cabia mala, cortina ao avesso.
Cabia os pés nas mãos e tropeço.
Cabia de tudo um pouco e mais um terço.
Virou-se tonta e torta,
apagou a vela quase morta
e mesmo em veia torpe,
segurou sua mão em prece:
Glorioso dia que poesia,
dia que tudo cabia.
O dia em que sentia
o nada que tudo cabia.
O dia e a poesia.
oh dia que sentia,
oh dia que pendia,
no dia que se ia.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Pele
Pelos poros respiro
pelos poréns admito
admiro e advenho
O calor que embala
no baile da epiderme
no epílogo do entardecer
transparente sonho,
respirando o poro
dos poréns ( e
da epiderme que tarde
esquenta os corações)
transparente sonho,
respirando o poro
dos poréns advindos
Singular reflexão,
reviu inerte e gritante
o eu te amo.
pelos poréns admito
admiro e advenho
O calor que embala
no baile da epiderme
no epílogo do entardecer
transparente sonho,
respirando o poro
dos poréns ( e
da epiderme que tarde
esquenta os corações)
transparente sonho,
respirando o poro
dos poréns advindos
Singular reflexão,
reviu inerte e gritante
o eu te amo.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
O Bósforo
Divisor de águas
dos mares e das manhãs
Divisor de tempos
culturas e religiões
avulsos
distintos continentes,
contingentes diferentes
Um estreito
estrito, respiro e respeito,
o Bósforo
estrito caminho de águas
O Bósforo,
tão distante
do que agora ilumina
o fósforo.
dos mares e das manhãs
Divisor de tempos
culturas e religiões
avulsos
distintos continentes,
contingentes diferentes
Um estreito
estrito, respiro e respeito,
o Bósforo
estrito caminho de águas
O Bósforo,
tão distante
do que agora ilumina
o fósforo.
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