Prometo poesia até o fim do dia,
disse ao patrão convicta.
Até o fim do dia, poesia.
Ateve-se ao que sentia,
e descabia a certeza,
mas embora triste, seguia.
O lindo balão lilás, começou,
que no céu pendia, preso,
perdurando o anseio.
Arrependeu-se do dia
em que flácida era a morbidez
do que dizia,
no céu de tanta poesia.
Cabia pânico, doçura e apreço.
Cabia mala, cortina ao avesso.
Cabia os pés nas mãos e tropeço.
Cabia de tudo um pouco e mais um terço.
Virou-se tonta e torta,
apagou a vela quase morta
e mesmo em veia torpe,
segurou sua mão em prece:
Glorioso dia que poesia,
dia que tudo cabia.
O dia em que sentia
o nada que tudo cabia.
O dia e a poesia.
oh dia que sentia,
oh dia que pendia,
no dia que se ia.
Lindo isso!
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