quarta-feira, 17 de julho de 2013

maior que o tudo - relâmpago capítulo 5


Maior que o tudo

Ele viu a dor através de seus olhos flamejantes, que vertiam pelo pensamento de perda e reluziam em tons de esperança depois do dito, redito e repetido, o melhor para Nina. O afastamento. Lagrimejava, e forte e firme confirmou que um dia encontraria alguém que fosse melhor para ela e lhe traria paz no amor infinito e duradouro. Pela primeira vez depois de anos ela aceitou o que diziam, as palavras brotavam da boca dele e nada mais verdadeiro do que isso podia ouvir. Virou-se para sua vida em construção e arrumou as malas para a viagem. Não sabia até quando iria estar fora, não sabia quem encontraria no percurso, não sabia mais que um adeus desordenado e incerto. 
Não era a toa que a potência de sua intensidade se encontrava a níveis tão obtusos e exagerados. Não era a toa que vertia as vistas para a falta de um todo maior que o tudo. Não era a toa que em dia tão ensolarado em uma sala com ar condicionado ouvisse a barbaridade mais ampla que a trazia de volta para a vida, para o desejo e a esperança. Numa tarde de sol, de uma singularidade tão sem igual e um discurso tão repleto de modernidade, poesia e a subjetividade concreta do corpo. Vertia o quântico para a quantidade infinita de animosidade e o que via eram sonhos, eram flutuações cômicas de uma tragédia particular. 



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